quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Estamos na CEE?

Estamos no século XXI e no entanto, parece que, no nosso país ainda estamos no século XIV ou mesmo mais atrás ainda. Evoluimos em alguns aspectos, consoante os tempos foram passando, mas no primordial estagnamos.

Ainda se dá demasiada importância ao aspecto exterior das pessoas, á sua condição condição académica, ao seu status na sociedade, ás obras palpaveis e que sobressaem á vista, mas esquecemos sobretudo a condição humana, á igualdade que deve unir o ser humano, á igualdade de oportunidades que o Homem (ser humano) deve usufruir, aos direitos humanos que tão apregoados são mundialmente, e, que o nosso país tantas e tantas vezes diz defender.



Vejamos por exemplo, agora que uma crise mundial levou tantas nações e nós somos uma delas, á recessão tão temida, o que faz o nosso governo para a minorar e tentar proteger o seu povo?


Empenha-se em salvar a banca privada, a construir auto-estradas, a financiar um TGV, a construir um novo aeroporto, em vez de tentar salvar as empresas que fecham quase diáriamente (aumentando assim o desemprego a miséria e a fome), a fechar postos médicos, a desleixar as escolas, a utilizar sistemas de ensino absoletos, a gastar dinheiro com cursos para o funcionalismo público (com o rebuçado oferecido ao povo, de que com tal irá melhorar a prestação de serviços ao povo), quando os mesmos são, ou mal ministrados, ou dados a quem os não sabe depois utilizá-los por falta de principios.


Ainda há dias se poude ver no programa televisivo "Nós por cá", numa loja do cidadão, como a funcionária que estava atendendo um utente, se expressava, e o que mais chocava, pelo menos a mim, foi a prepotência com que ela afirmou e repetiu, que "iria fazer a folha" ao motorista de quem tinha queixas. Quem é essa senhora para se arrogar com direitos a "fazer a folha" seja a quem fôr? Só por ser funcionária pública e lhe passar pelas mãos certos dados referentes a todos os individuos que constituem uma sociedade, a Portuguesa, se julga com direitos a julgar e a punir? Não existem meios legais, polícia e justiça, para, se fôr caso disso, se chamar á razão quem prevarique? Ou estamos novamente a fomentar outra PIDE?


Continuamos a ter patrões que julgam poder fazer com os seus trabalhadores o mesmo que faziam os senhores feudais de antanho. O trabalhador, na óptica do patrão, é um "factotum " que não deve abrir a boca se for lesionado nos seus bens pelo patrão, ou se for verbalmente maltratado, porque ele é o empregador e não admite que o trabalhador possa ter mais inteligência e mais educação (note-se que eu digo educação não instrução). Para o empregador/patrão o trabalhador é mais um objecto que tem ao seu serviço, que não tem o direito de pensar, raciocinar, opinar e muito menos de sentir.


Sobre a saúde, muito haveria que falar.


Sobre a instrução, então há muito que se lhe diga, eu sou do tempo em que o aluno de quarta classe, hoje quarto ano, tinha mais cultura que um formado hoje. Sabia a sua língua, escrita e falada como agora muito poucos a sabem, porque o ensino era completo. Sabiam tudo sobre a história de Portugal sobre o seu país, muito embora muitos nunca o tivessem visto, pois viviam nas ex-colónias.Quando acabavam o liceu, hoje 12º ano, tinham um conhecimento profundo das origens da sua língua, tinham uma cultura geral que faziam inveja a muitos hoje. Quando se formavam, além de saber teórico firme e vasto, os que eram realmente inteligentes tinham-no prático também. Hoje o que vemos? As crianças saem do ensino secundário semi-analfabetas e os que fazem unicamente o ensino obrigatório, são quase tão analfabetos como os seus pais que nunca frequentaram uma escola. Tudo porque as reformas no ensino foram feitas pelos métodos que foram abolidas por outros países por não resultarem, no entanto nós adoptamo-las. Os professores antigamente eram profissionais, sabiam e tinham gosto em ensinar, hoje muito poucos há assim, vão para o ensino por ser mais lucrativo, não por amor á arte.


Mas voltemos ao início, falemos da crise, e da situação actual Portuguesa. Porque não se deixou a banca privada para ser salva pelos que a constituem, os ricos?


Porque não se utilizam os meios financeiros existentes destinados ás auto-estradas, TGV e aeroporto, na fomentação de industrias, e a salvar as empresas mais rentáveis e que estão fechando por causa da crise? Constituiriam novas fontes de riqueza do país, emprego para os milhares de desempregados, mas empregos duradouros, não empregos a prazos fixos como a construção de estradas e quejandos. Portugal é um país pequeno, poderá, até se equilibrar financeiramente, aguentar-se com as estradas , os transportes e o aeroporto que tem.


Temos de olhar mais para o nosso povo e deixar de ajudar que tem mais ajudas do que nós.


Há fome pelo mundo, sim, mas á fome também cá dentro, e se não olharmos para a fome encoberta que existe cá dentro, que mérito temos em olhar pela fome dos outros que têm outros países, maiores e mais ricos para os ajudar?

Mais tarde voltaremos om mais opiniões.

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