A saúde está doente neste país.
Há já algum tempo que meu genro se queixa de dores fortes no estomago, foi ao médico fizeram-lhe exames e diagnosticaram-lhe uma hernia estomacal., medicaram-no e ele tem seguido á risca os tratamentos recomendados.
Anteontem teve dores fortíssimas durante a noite e de manhã foi ao SAP para o medicarem. Com as queixas que ele apresentava, mandaram-no ir ao hospital de Almada "Garcia de Horta", depois de la ter estado desde as nove e meia da manhã, até ás oito da noite regressou a casa com nova medicação, não tendo sequer sido feita uma endoscopia.
Hoje de manhã, como não tivesse dormido a noite toda com dores, chamamos a casa o Alerta médico de que somos assinantes. A médica que cá veio vê-lo, depois de ver a medicação que lhe deram no Hospital e após perguntas e analisá-lo, e, como não tinha meios para lhe fazer um exame mais municioso, pois pelas queixas achou tratar-se de uma apendicite, escreveu uma carta para o hospital e mandou-o ir lá novamente.
Chamou-se a ambulância para o levar, isto eram umas dez e meia da manhã, são neste momento seis horas da tarde e recebi um telefonema de minha filha dizendo que ainda ficaria no Hospital mais um tempo porque o marido iria ser operado ao apendice.
Ora se os médicos que o atenderam ontem, tivessem sido profissionais competentes, teriam feito de imediato todos os exames possíveis para lhe fazerem um diagnóstico correcto.
É assim que muita gente morre de uma apendicite aguda no século XXI, deixando o doente a padecer dando-lhe umas mésinhas para empaliar a dor e não sendo profissionais como deviam ser, fazendo todos os exames necessários a um diagnóstico certo.
Por sorte, a médica que veio cá a casa, mais conscienciosa. achou que as dores de estomago poderiam ser ocasionadas pelo apendice, uma vez que a ecografia ao estomago não apresentava nada que pudesse ocasionar os sintomas apresentados.
Mas se ela fosse como muitos que só pretendem despachar o doente? O que poderia ter ocasionado?
Isto porque os médicos que trabalham para o Estado se sentem mal pagos para o trabalho que fazem ou porque não estão vocacionados para o seu "métier", e, sobretudo porque são poucos para o número de doentes que têm e não receberam uma instrução adequada a verem no paciente um ser humano mas algo que os faz trabalhar e ganhar a vida.
É preciso que o Ministério da saúde exija das faculdades de medicina que se ensine que ser médico não é só diagnosticar, dar mésinhas e paliativos, mas ser um médico humanizado, consciente de que o doente é um ser humano, que merece respeito e atenção, que como tal deve ser tratado e que deve fazer exames completos e conscienciosos para poder salvar vidas que é para isso que estudam exercem. O doente se se queixa é porque algo está mal e é esse mal que se deve encontrar com os meios que só os hospitais possuem e com os conhecimentos que adquiriram no seu curso. Tive um primo médico, que mesmo depois de reformado e já com muita idade, ainda ia assistir a conferências médicas e que se interessava pelas novas descobertas no campo de nedicina, para poder diagnosticar correctamente e com consciência.
Um veterinário é mais consciente, porque o paciente não sabe dizer o que sente, mas ele usando os meios ao seu dispôr não despacha o animal sem verificar o que ele tem.
Onde iremos parar com a falta que temos de médicos, com a saúde entregue a profissionais desumanizados e sobrecarregados?
Finalmente domingo ao fim da tarde meu genro foi operado, tendo corrido tudo bem e tebe alta segunda feira de manhã, devendo voltar ao hospital na quinta feira para lhe tirarem o dreno.
trouxe para casa uma carta do operador , destinada á médica de família, que eu por acaso resolvi ler, onde mencionava ter sido operado a uma cistite hepática, que já estava a gangarenar. Como não sou médica, mas possuo alguns conhecimentos teóricos dado que como já disse tinha um primo médico, cheguei á conclusão de que não havia sido apendicite, como se suspeiava e como toda a família acreditou que fosse, até porque ele foi operado sem que lhe fosse explicado a quê, nem a ele nem á família, pois a acompanhá-lo estava a esposa e filhas. Só quinta feira quando foi retirar o dreno é que ele perguntou ao médico operador o que queria dizer a cistite hepática, e, nessa altura ficou a saber na realidade o que havia tido.
Ora como se opera um doente, pedindo-lhe que assine o termo de responsabilidade, sem que o mesmo seja exclarecido a que vai ser operado, ou até mesmo á família que o aguardava na sala de espera? E se a operação tivesse dado para o torto, como iriam descalçar a bota em relação á família, que pensou até ao fim ser uma simples apendicite?
É assim que se haje ? Por amor de Deus, tenham um pouco de respeito pelos seres humanos que estão deixando as suas vidas nas vossas mãos, e pela família dos mesmos que são humanos também e que precisam saber com que linhas se coser.
2 comentários:
Este país ainda tem um bom caminho a percorrer no que diz respeito à medicina, ensino e acima de tudo civismo...
Sei que temos grandes profissionais e material bom para sermos um país superior. Mas o civismo entre as pessoas é que deixa com que tudo o resto pareça uma porcaria...
Infelizmente, a primeira coisa a mudar neste país será a mentalidade do "deixa andar" e "com sorte" aquilo passa-lhe...
Assim não vamos longe... Infelizmente!!
Como a porta estava aberta entrei e fiquei comovida! Muitos parabéns por andar por aqui! Se me deixar voltarei a partilhar consigo algumas opiniões...sobre o sucedido já dei a minha opinião no blog da Paula...infelizmente conheço muito bem o problema...
Bom fim-de-semana...
Enviar um comentário