sexta-feira, 25 de abril de 2008

25 DE ABRIL- COMO O VEJO


Hoje é 25 de Abril. Será que sabemos o que foi o 25 de Abril e as suas consequências? Dizem que foi a revolução dos cravos, a revolução que terminou com o Estado Novo, que acabou com a repressão salazarista e que nos trouxe liberdade, igualdade e fraternidade.


Para já, não houve revolução nenhuma, houve uma sublevação dos ditos capitães de Abril, que já estava mais que prevista há muito tempo e de que o governo tinha absoluto conhecimento. Esperaram somente a morte de Salazar, pois sabiam que Marcelo Caetano estava de acordo e que entregaria tudo, de mão beijada, quando quizessem. Ele também queria mudanças na sociedade portuguesa, tanto mais que não houve resistência alguma, a quando da chegada das tropas, Só que os planos saíram furados no final, porque não havia, como ainda não há, ninguém em Portugal que soubesse tomar as rédeas do país de forma a torná-lo como a canção do 25 de Abril afirma.

Todos quizeram, somente, fazer vida grande, e, a democracia que temos hoje é ilusória. Os governos que vieram, só souberam gastar o pecúlio deixado, sem se preocuparem em salvaguardar o tesouro do Estado, usando-o de forma descontrolada, sem se preocuparem como poderia ser reposto, fazendo despesas maiores que as receitas poderiam cobrir. Dirão: se não fosse assim, como teríamos hoje boas estradas, luz electrica em todo o lado e, outras coisas mais!

Vejamos o que temos hoje!. Boas estradas (algumas) a preço de ouro que fizeram enriquecer alguns, luz em todo o país (nem todo). Temos igualdade, onde? Cada vez o fosso que separa as classes sociais é mais fundo e mais largo. Não há fome, é mentira, cada vez há mais pobres e mais fome, o que está é incoberta. Temos fraternidade, deixem-me rir.

Estamos na CEE! De nome, porque de facto é mentira. O que nos deu a entrada na CEE? A perda gradual da nossa identidade como povo. Nada se pode fazer sem a aprovação da CEE. Quem na União Europeia se preocupa com o povo português? Querem é ser ressarcidos do que nos emprestarem. Já alguma vez se preocuparam com: como sobrevivemos, porque isto não é viver, com os nossos velhos que não têm reformas dignas de um ser humano, com a nossa saúde que vai de mal a pior, com a nossa instrução que fica muito áquem da de qualquer outro país da CEE e até nem tem equivalência em lado nenhum, com a nossa justiça que piora dia a dia, com a nossa segurança, com a nossa própria sobrevivência como povo e país?

Estamos sendo cada vez mais uma colónia de outros países, quer dos da CEE , quer de outros. Vejam, temos um pequeno território, que já era pequeno antes do 25 de Abril, depois deste, com a vergonhosa descolonização de Angola e Moçambique, ainda mais pequeno se tornou com o regresso dos que para lá foram, seus filhos, netos e bisnetos que por lá tinham nascido. A ajuda que foi dada para os "retornados", foi mal gerida, uma vez que, como se disse, foi usada para levantar a industria hoteleira, que de qualquer modo poderia ter sido levantada com boas gerências, o que ocasionou a que os hoteis se enchessem, não só de retornados mas também de oportunistas, que com a falta de um controlo, se fizeram passar por retornados sem nunca terem estado em Àfrica e, ainda fazendo com que uma grande maioriade verdadeiros retornados, que estavam habituados a trabalhar no duro, se queriam ser alguém, se tornasse em indivíduos desprovidos de vontade de trabalhar, pois se habituaram ao "doce fare niente".

Se tivessem deixado trazer mais que os míseros 4.500 Escudos e tivessem dado a cada chefe de família, que nada poude trazer, 200 contos e mais nada a não ser facultar-lhes um lar, mesmo decadente que fosse e eles o restaurassem, teriam feito disto um país próspero. Mas não, além de pagarem rios de dinheiro aos hoteis, que em situação de normalidade nunca teriam ganho o que ganharam, e, facultarem 2.000 escudos mensais a cada pessoa adulta, e de fomentar a preguiça a muito dos que vieram, de colocar a gerir o IARN pessoas inexcrupulosas e pouco idóneas, deixaram os que na realidade queriam trabalhar para si , os seus, e, para o bem comum, sem qualquer alternativa de poder fazer algo de bom. Trabalho, ninguém queria aceitar quem tivesse vindo do ultramar, não havia, os empréstimos a fundo perdido que se abriram, só eram facultados aos amigos e conhecidos e, assim o país se foi endividando.

Depois, abriram-se, e, ainda estão abertas as portas a uma emigração descontrolada. Hoje estamos cheios de emigrantes que vivem á custa de subsídios, que se trabalham é por tuta e meia, pois têm outras ajudas, ou assaltam e roubam, enquanto os nacionais que se sejeitem á mesma tuta e meia, sem outras ajudas, e, ou morram á fome, ou que se juntem aos gangs para sobreviver.

Ajudar sim, mas dentro das nossas possibilidades, com conta e medida, dada a pequenez do país e as seus frágeis recursos naturais, salvaguardando os direitos dos nacionais. Pelo andar da carruagem, ou um país próspero da CEE nos anexa, ou seremos nós ainda colonizados e absorvidos por uma das ex-colónias ou pelo Brasil. O Brasil é um país enorme, só o Estado de S. Paulo é várias vezes maior que Portugal inteiro, um país rico, com muitas potencialidades, porque então aceitar emigrantes brasileiros? Angola e Moçambique também são grandes, muito maiores que Portugal e Angola é riquissima em recursos naturais, tem um solo fertilissimo, petróleo, diamantes, ouro, ferro, etc.. Quizeram ser independentes, acho muito bem, não quizerem lá os brancos portugueses, estavam no seu direito, mas então que lutem e trabalhem no seu país, que precisa de se desenvolver, quanto mais não seja no que os brancos fizeram e lá deixaram, para fazer crescer o seu país e produzir o que produzia.


Não sou xenófoba, e orgulho-me de ter amigos que prezo, brasileiros, angolanos e até moçambicanos, minha mãe nasceu no Brasil (Manaus), meu pai, eu , meus filhos e uma neta, nascemos em Angola, tenho família mestiça que amo, mas salta á vista o descalabro da situação criada pela emigração destes países.

Então digam-me agora se o 25 de Abril merece ser festejado, se beneficiamos assim tanto com a situação que por ele foi criada para todos nós?

Somos felizes, somos livres, temos igualdade de oportunidades,temos fraternidade, ou só foi bom para alguns?

Perdoem a crueza da minha verdade, mas precisamos todos, todos, povo e governo de agir depressa ou o povo português JÁ ERA!

4 comentários:

L disse...

É forte mas é verdadeiro.

Eu pessoalmente sou nova para saber o que o 25 de abril provocou, acho que estando e vivenciando a altura se poderia atribuir o valor que teve e tem.

LIBERDADE? Será??? Só se for a de expressão, mas acho que quem está de fora não racha chaleira e eu defenitivamente estou de fora.

Mas que aqui tens recitado algumas verdades, não há duvida. O que conhecemos por "vida" aqui no nosso pequeno país deixa muito a desejar. Saúde, economia, trabalho, educação, .... Estão em declinio. Espero sinceramente que as coisas mudem e rápido.

Beijo na avó

emn***

Paula noguerra disse...

Quem fala assim não é gago...
Gostei, adorei, amei...
Falta mais gente assim, como tu avózinha... que fale de boca cheia a real "pobreza" deste país, que vai na mente de cada um julgar que a Liberdade (falado do 25 de Abril) se veio com esse dia... Longe, muito longe disso...

Tenho fé na mudança dos ventos...
Obrigada por seres quem ÉS: SINCERA!

Bjs grandes grandes****

Elisheba disse...

Hà liberdade sim:

para roubar, para matar, para extorquir, ser corrupto e sair ileso....difamar......

nunca houve meio-termo, creio......nem antes nem depois do 25A.Antes, segundo reza a história, era a repressão que uma ditadura faz (mas havia mais respeito e educação, principalmente pelos mais velhos e autoridades...agora é excesso de "liberdade"(a falsa!)onde tudo é permitido e quando isso acontece...tá tudo dito e previsto.

Uma beijoca grande e revolucionária!
:):)

Excelente texto!

Naughty boy disse...

VIVA O 25 DE ABRIL!!!!!!!!!!!!!











.....(q'é isso???????....apenas repito o que ouvi!!!!)